sexta-feira, 29 de maio de 2015

Depressão Pós-Parto


Esta doença pode chegar repentinamente, sem mandar aviso ou sinais e, muitas vezes, independentemente de a mulher ter tido uma gestação desejada ou não. Um estudo feito com dez mil norte-americanas mostrou que uma em cada sete mulheres é diagnosticada com esse tipo de depressão. Entre as que enfrentam tratamento, 19,5% já pensaram em se ferir. O suicídio é a segunda causa mais comum de morte da mulher no pós-parto.

Na maioria dos casos, os sintomas vão diminuindo com o passar do tempo e dificilmente extrapolam o primeiro ano após o nascimento do filho. Mas outro artigo científico, publicado este mês no jornal Harvard Review of Psichiatry, mostrou que de 30% a 50% das mulheres afetadas podem evoluir para um quadro de depressão de longo prazo. Algumas chegam a apresentar problemas até três anos depois do parto. O artigo é assinado por pesquisadores da Universidade de Leuven, na Bélgica, que fizeram uma revisão de 23 estudos sobre o problema publicados entre 1985 e 2012.
Por todos esses números consideráveis, é importante que a gestante se informe sobre a doença e esteja preparada para fazer um diagnóstico precoce, aumentando assim suas chances de recuperação. Porém, essa não é uma tarefa fácil e exige que as mulheres vençam uma série de barreiras para finalmente conseguir tratamento.
Como diagnosticar?

O primeiro obstáculo é reconhecer a doença e assumir que precisa de ajuda. Outro passo importante é saber diferenciar a depressão pós-parto de um problema mais leve e passageiro. Para 80% das novas mães, a primeira semana após o parto é marcada por instabilidade emocional, com sentimentos que variam da euforia à insegurança, o que muitas vezes se traduz em tristeza. Esse sentimento é chamado de baby blues e pode durar até 15 dias depois do parto.
Essa sensação ocorre por razões puramente biológicas. Durante a gravidez, a mulher está cheia de hormônios. Com o nascimento do bebê, há uma queda brusca dessas substâncias. Depois, quando ela vai para casa, está com um bebê novo, amamentando, com privação de sono. É normal a mulher enfrentar uma fase de adaptação. O problema é quando essa fase demora a passar.
Sintomas
Além da duração mais longa que o normal, a depressão pós-parto é caracterizada também por exacerbação de sentimentos como ansiedade, preocupação e medo, perda de interesse e prazer em fazer qualquer coisa, energia reduzida, falta de concentração, autoestima, sono e apetite. Em casos mais graves, a mulher chega a pensar em se machucar ou fazer mal ao bebê. 
Dores físicas e emocionais não são as únicas consequências da doença. A mulher com depressão pós-parto pode também demorar a construir um vínculo com seu filho. A mulher com depressão fica muito voltada para ela mesma e tem menos condições de cuidar do bebê do jeito que ele precisa. Outro extremo também acontece. Tão prejudicial para o bebê quanto a falta de cuidados é o excesso. .
Nos casos em que a doença se torna crônica, alguns estudos sugerem que ela pode ser prejudicial até para o desenvolvimento da criança, afetando negativamente as habilidades cognitivas, verbais e a aptidão para a escola.
Como tratar

É comum as mulheres só começarem a perceber os sintomas depressivos de dois a seis meses após o nascimento do bebê. Segundo Elito, isso geralmente acontece com a nova mãe, que tem dificuldade de aceitar que precisa de ajuda ou fica com medo de assumir que talvez não esteja em plenas condições de cuidar do filho. Muitas mulheres atribuem os sentimentos ao cansaço acumulado e acabam negligenciando o problema. Por isso, a família tem papel importantíssimo para ajudar no diagnóstico.
Caso seja necessário, o obstetra pode sugerir um acompanhamento com profissional específico. O uso de remédios antidepressivos não é proibido, embora ainda não se conheçam os efeitos sobre o bebê. O que os especialistas dizem é que há casos em que isso se faz necessário e que os medicamentos de última geração são mais seguros. O que deve ser sempre avaliado, entre médico e paciente, é o custo-benefício do tratamento com medicação.
Prevenir é possível
Para quem está pensando em engravidar e não quer enfrentar um problema como esse, saiba que a depressão pós-parto pode acontecer com qualquer mulher, mas existem alguns fatores de risco: histórico de depressão, prematuridade, reprodução assistida, estresse, problemas no relacionamento amoroso, frustração em relação ao parto e à chegada do bebê e a perda de um ente querido.
A própria gravidez pode favorecer o aparecimento da doença, já que é o momento de grandes mudanças na vida da mulher e do casal. A melhor prevenção é um ambiente acolhedor. Quanto mais segura, amparada e esclarecida a mulher estiver em relação a essa nova realidade, menor é a chance de ela desenvolver a doença.
Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Gravidez/Saude/noticia/2013/03/uma-em-cada-7-mulheres-tem-depressao-pos-parto-aponta-pesquisa.html







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