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domingo, 7 de julho de 2013

Terapia Focada em Esquemas: Mais uma vertente da Terapia Cognitivo-Comportamental


Jeffrey Young desenvolveu um tipo de terapia dentro do modelo cognitivo-comportamental, o qual denominou de Terapia dos Esquemas ou Terapia Focada em Esquemas. Inicialmente pensou nessa abordagem para tratar os transtornos de personalidade graves, mas atualmente é indicada para todos os desajustes psicológicos.

Essa modalidade de terapia possui algumas variações frente à Terapia Cognitivo-Comportamental  tradicional. Como as pessoas podem possuir um maior ou menor identificação com alguns dos esquemas, ela pode também ser estendida a pessoas sem transtornos de personalidade grave.

Esses esquemas, os quais são a base da terapia de Young, são formados por memórias, emoções, sensações corporais e cognições e, constituem a base para a codificação, categorização e avaliação das experiências e estímulos que as pessoas encontram e lidam no seu dia a dia. 

O esquema direciona o pensamento. Quando os pacientes têm pensamentos automáticos negativos, esses foram gerados pelo esquema. Atitudes disfuncionais também são dirigidas pelos esquemas. Young e Beck postulam que o esquema é o nível mais profundo das cognições e que todo o restante surge do esquema.

A terapia focada no esquema compartilha os elementos que caracterizam a terapia cognitiva, sendo esses: o uso de técnicas de mudança sistemáticas, ênfase nas tarefas de casa, relacionamento terapêutico colaborativo e uso de uma abordagem empírica, onde a análise das evidências tem papel importante na mudança de esquemas.

Um diferencial na condução da Terapia dos Esquemas para a TCC tradicional é que a primeira, divide-se em dois momentos igualmente importantes: o primeiro consiste na identificação e avaliação dos esquemas iniciais desadaptativos presentes e consequentemente na escolha e planejamento das técnicas e instrumentos que serão utilizados e aplicados ao longo de todo o processo terapêutico. O segundo momento é direcionado à mudança desses esquemas, permeado por intervenções cognitivas, comportamentais, experienciais e interpessoais.

A meta do tratamento é aumentar o controle consciente do paciente sobre os seus esquemas. Para isso, são trabalhados alguns pontos, os quais visam auxiliar e facilitar esse processo para o paciente, sendo o enfraquecimento das memórias, sensações corporais, cognições e comportamentos ligados ao esquema, parte desse trabalho. A consciência psicológica, ou seja, a percepção e atenção do paciente frente a seus esquemas e quando eles estão sendo ativados ou perpetuados (reforçados) é objetivo fundamental a ser perseguido. 

Para Young, nessa terapia é fundamental encontrar os motivos das dificuldades hoje sentidas pelo cliente, avaliar todos os esquemas e paradigmas criados na sua mente e analisar o que foi por ele construído, para que esses esquemas pudessem ganhar força e forma. Após esse levantamento, passa-se a intervenção mais consistentemente.

A Terapia do Esquema tem uma trajetória longa e árdua e, envolve a mudança comportamental, à medida que os pacientes aprendem a substituir estilos de enfrentamento desadaptativos por padrões comportamentais adaptativos. No entanto, os esquemas nunca desaparecem por completo, apenas ativam-se com menor frequência e o sentimento associado não é tão intenso. Os pacientes têm então uma visão mais positiva de si mesmos e respondem à ativação de seus esquemas de forma mais saudável através da consciência psicológica dos mesmos.

Fonte: YOUNG, Jeffrey (Org). Terapia do Esquema. Porto Alegre, Artmed, 2008.


terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Teoria A - B - C da Personalidade



A teoria A -B - C da personalidade é central para a terapia, em termos teóricos e práticos. "A" é a existência de um fato, um evento, ou comportamento ou a atitude de um indivíduo. "C" é a conseqüência emocional ou reação do indivíduo; a reação pode ser adequada ou inadequada. "A" (o evento ativador) não causa "C" (a conseqüência emocional). Em seu lugar, "B", que é a crença da pessoa da a respeito de "A", causa "C", a reação emocional. Por exemplo, se uma pessoa vivencia depressão depois de um divórcio, possivelmente não é o divórcio em si, a causa da reação depressiva, mas as crenças da pessoa quanto a ser um fracasso, ser rejeitada, ou perder um companheiro. As crenças da rejeição e do fracasso (no ponto "B") constituem as causas da depressão (no ponto "C"), e não o evento atual do divórcio (ponto "A"). Assim, os seres humanos são em grande parte responsáveis pela criação de suas próprias reações e perturbações emocionais.
Como é fortalecido um distúrbio emocional? É alimentada por sentenças ilógicas que a pessoa repete continuamente para si mesma, tais como: "A culpa pelo divórcio é inteiramente minha", "Eu sou um miserável fracassado, tudo o que fiz estava errado", "Não tenho valor algum", "Sinto-me só e rejeitado, e isto é uma catástrofe horrível." A pessoa se sente conforme o que pensa. As reações emocionais perturbadas, tais como a depressão e a ansiedade, são desencadeadas e perpetuadas pelo sistema de crenças autoderrotistas, o qual se baseia em idéias irracionais incorporadas pela pessoa. A técnica mais rápida, mais firmemente implantada, mais refinada e de efeitos mais duradouros é aquela que ajuda as pessoas a modificarem suas reações emocionais disfuncionais, em capacitá-las a ver com clareza o que se dizem a si mesmas com tanta força, no ponto "B" (seu sistema de crença), acerca dos estímulos incidentes sobre elas no ponto "A" (suas experiências ativadoras).
Os seres humanos, por disporem da capacidade de pensamento, estão aptos a "se treinarem no sentido de mudar ou eliminar suas crenças auto-sabotadoras. Para aprender a compreender e confrontar sistema de crenças irracionais é necessária autodisciplina, pensamento e trabalho. Há possibilidade de mudanças, tanto curativas quanto preventivas, nas tendências geradoras de perturbações, se as pessoas forem assistidas no sentido de conseguirem focalizar o "pensamento desviante" e "as emoções e a conduta inadequadas".
A identificação das crenças e valores irracionais das pessoas ligados aos seus distúrbios emocionais e comportamentais, é a maneira mais eficiente de ajudá-las a realizar mudanças básicas de personalidade consistindo em confrontá-las diretamente com sua filosofia de vida, explicar-lhes o modo pelo qual suas idéias as tornam perturbadas, atacar essas idéias irracionais com argumentos lógicos e ensinar-lhes a pensar logicamente, capacitando-as assim a modificar ou eliminar tais idéias. Se confronta o cliente com suas crenças irracionais, atacando, desafiando, questionando e discutindo tais crenças.
A terapia não visa primariamente a remoção de sintomas, mas propõe-se, em lugar disso, a incentivar o cliente no sentido de examinar criticamente seus valores mais básicos. Se o problema apresentado pelo cliente é o medo de fracassar no casamento, a meta não é reduzir, simplesmente, este medo específico; em vez disso, o terapeuta tenta trabalhar com os medos exagerado do cliente em relação ao fracasso de modo geral. A terapia vai além da remoção do sintoma, pelo fato do processo terapêutico ter, como objetivo central, a ajuda ao cliente no sentido de livrar-se de sintomas declarados e não-declarados.
As atividades terapêuticas são conduzidas com um propósito de ajudar o cliente a libertar-se de idéias ilógicas e aprender a substituí-las por idéias lógicas. Tem-se por objetivo levar o cliente a internalizar uma filosofia racional de vida, do mesmo modo que chegou a internalizar um conjunto de crenças irracionais e supersticiosas, vindas tanto dos pais quanto da cultura.
Para atingir este objetivo, o terapeuta desempenha tarefas específicas. O primeiro passo é mostrar aos clientes que seus problemas se relacionam com crenças irracionais e mostrar como desenvolveram seus valores e atitudes, procurando esclarecer, em termos cognitivos, o fato de terem incorporado diversos deveres e obrigações. Os clientes precisam aprender a separar suas crenças racionais das irracionais.
A TCC supõe estarem às crenças irracionais são profundamente enraizadas, que normalmente os clientes não as modificarão por si mesmos. O terapeuta precisa ajudá-los a atingirem uma compreensão acerca da relação entre suas idéias autoderrotistas e sua filosofia irrealista que conduz ao círculo vicioso do processo de auto-acusação. É desejável é atacar o núcleo do pensamento irracional e ensinar aos clientes a maneira de substituírem crenças e atitudes irracionais por outras racionais.
A terapia é um processo educativo, e a tarefa primordial do terapeuta é ensinar ao cliente os meios para compreender-se a si mesmo e modificar-se. Emprega principalmente uma metodologia de ataque rápido, diretiva em alto grau e persuasiva, a qual enfatiza os aspectos cognitivos.


Fonte: www.rebt.org

Hipnose e Terapia Cognitivo Comportamental

Há comprovação científica de que a hipnose pode potencializar a terapia cognitivo-comportamental (TCC) em psicoterapia. A TCC se concentra...