quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O Que São os Comportamentos Disfuncionais?

Na teoria do psicólogo americano Jeffrey Young são apresentados 18 esquemas iniciais desadaptativos (EIDs) considerados centrais na cognição humana (consulte tabela no final da página). Grosso modo, isso significa como sua percepção frente à realidade impede sua adaptação a ela mesma. Entenda mais sobre o conceito desses esquemas no texto anterior – clique aqui e leia.
Esses esquemas se encontram inseridos em cinco domínios relacionados com necessidades emocionais não satisfeitas:
a) Domínio de desconexão e rejeição: expectativa de que as necessidades de segurança, estabilidade, cuidado, aceitação, empatia e respeito não serão satisfeitas de maneira previsível, causando a incapacidade de formar vínculos seguros e satisfatórios com outras pessoas.
Características da família de origem (onde foi criado): fria, desligada, rejeitadora, isoladora, imprevisível ou abusadora.
Privação Emocional: expectativa do indivíduo de que seu desejo de conexão emocional não será satisfeito adequadamente; inclui-se as seguintes formas de privação:
1- privação de cuidado: ausência de atenção, afeto, carinho ou companheirismo);

2- privação de empatia: ausência de compreensão, escuta, postura aberta, comprometimento mútuo de sentimentos;

3- privação de proteção: ausência de força, direção ou orientação por parte de outros.
Abandono/instabilidade: percepção de que os outros com quem poderia se relacionar são instáveis e indignos de confiança. Envolve a sensação de que pessoas significativas não serão capazes de continuar proporcionando apoio emocional, ligação, força ou proteção porque seriam emocionalmente instáveis e imprevisíveis (por ex. teriam acessos de raiva), não mereceriam confiança ou porque poderiam a qualquer momento abandonar ou não estarem presentes quando se precisasse delas.
Desconfiança/abuso: convicção de que as pessoas irão usá-los para fins egoístas
(abusarão, machucarão, magoarão, humilharão, mentirão, enganarão ou manipularão ou se aproveitarão). Geralmente, envolve a percepção de que o prejuízo é intencional ou resultado de negligência injustificada ou extrema. Pode incluir a sensação de que sempre se acaba sendo enganado por outros ou “levando a pior”.
Isolamento social/alienação: sentimento de que se está isolado do mundo, de que se é diferente, de não se adequar ou não pertencer a quaisquer grupos ou comunidades.

Defectividade/vergonha: sentimento de que é defectivo (está sempre devendo), falho, mau, indesejado, inferior ou inválido em aspectos importantes. Logo, não seria digno de receber amor, caso se expusesse. Pode envolver hipersensibilidade à crítica, rejeição e postura acusatória; constrangimento, comparações e insegurança quando se está junto de outros, ou vergonha dos defeitos percebidos. Essas falhas/defeitos podem ser privadas (como egoísmo, impulsos de raiva, desejos sexuais inaceitáveis) ou públicas (como aparência física indesejável, inadequação social).
b) Domínio de autonomia e desempenho prejudicados: expectativa de pouca capacidade de sobreviver e funcionar de forma independente e satisfatória. Dificuldade na separação com a família de origem.
Características da família de origem: superprotetora, emaranhada, destruidora da confiança da criança; não consegue reforçar a criança a ter um desempenho competente fora da família.
Fracasso: crenças de fracasso (fracassou ou fracassará) e de inadequação em relação
aos seus pares em conquistas acadêmicas, ocupacionais, esportivas, entre outras. Costuma envolver a crença de que se é burro, inapto, sem talento, ignorante, inferior, menos bem-sucedido, etc. do que os outros.

Dependência/incompetência: crença de que é incapaz de exercer as responsabilidades do dia a dia de uma maneira competente, sem a ajuda dos outros (por ex: cuidar de si mesmo, resolver problemas cotidianos, exercer a capacidade de discernimento, cumprir novas tarefas, tomar decisões adequadas). Apresenta-se frequentemente como desamparo.

Vulnerabilidade ao dano ou à doença: medo excessivo relacionado com catástrofes iminentes que cairão sobre si sem chances de impedir a ocorrência e sem capacidade para lidar com ela.

O medo se dirige a um ou mais dos seguintes:

(A) catástrofes em termos de saúde (ataque cardíaco, AIDS, etc.);

(B) catástrofes emocionais (ex: enlouquecer);

(C) catástrofes externas (queda de elevadores, ataques criminoso, desastres de avião, terremotos).

Emaranhamento/ego subdesenvolvido: necessidade de envolvimento emocional excessivo com uma ou mais pessoas importantes em sua vida comprometendo a individuação e desenvolvimento social normal. Muitas vezes, envolve a crença de que pelo menos uma das pessoas emaranhadas não pode viver, funcionar bem ou ser feliz sem o constante apoio dos outros. Pode também incluir sentimentos de ser sufocado ou fundido com outra(s) pessoa(s) e de não ter uma identidade individual suficiente. Com freqüência, é vivenciado como sentimento de vazio e fracasso totais, de não haver direção e, em casos extremos, de questionar a própria existência.
c) Domínio de limites prejudicados: deficiência nos limites internos, carência de desenvolvimento interno em relação à reciprocidade ou autodisciplina, apresentando dificuldades de respeitar terceiros, cooperar, manter compromissos, cumprir objetivos de longo prazo, restringir impulsos e postergar gratificações em função de benefícios futuros.

Características da família de origem: permissividade, falta de direção, senso de permissividade, excesso de indulgência.
Merecimento/arrogância/grandiosidade: crença de superioridade em relação aos outros de que é merecedor de direitos e privilégios especiais, não se sentindo submetidos às regras de reciprocidade que guiam a interação social normal. Insistência em se ter ou fazer o que se quer independente do que isso custe aos outros. Envolve o foco exagerado na superioridade (estar entre os mais bem-sucedidos, famosos, ricos) para atingir poder ou controle (e não necessariamente para obter aprovação ou atenção). Às vezes competitividade excessiva ou dominação: afirmar o próprio poder, forçar o próprio ponto de vista ou controlar o comportamento de outros segundo os próprios desejos, sem empatia ou preocupação com as necessidades ou desejos dos outros.

Autocontrole/autodisciplina insuficientes: dificuldade ou recusa em exercer autocontrole e tolerância à frustração com relação aos próprios objetivos. Dificuldade em limitar a expressão excessiva de emoções e impulsos. Em sua forma mais leve, a pessoa apresenta ênfase exagerada na evitação de desconforto: evitando dor, conflito, confrontação e responsabilidade, às custas da realização pessoal, comprometimento ou integridade.
d) Domínio de direcionamento para o outro: foco excessivo nos desejos, sentimentos dos outros, comprometendo às suas próprias necessidades, visando obter aprovação, conexão emocional e evitar retaliação, não tendo muitas vezes consciência de sua própria raiva e preferências.

Características da família de origem: aceitação condicional (sob certas condições), onde as crianças devem suprimir aspectos importantes de si próprio e de seus desejos para obterem amor, aceitação social ou status. As vontades dos pais são mais importantes que os desejos e necessidades das crianças.
Subjugação (ato de se submeter): excessiva submissão ao controle dos outros por sentir-se coagido e por perceber as próprias necessidades e sentimentos como não válidos ou importantes para o outro. Submetendo-se para evitar a raiva, a retaliação e o abandono; as principais formas são subjugação de necessidades (supressão das próprias preferências, decisões, desejos e opiniões) e subjugação das emoções (supressão de emoções, principalmente a raiva). Apresenta-se como obediência excessiva, combinada com hipersensibilidade a sentir-se preso. Costuma levar a aumento da raiva, manifestada em sintomas desadaptativos (por ex: comportamento passivo-agressivo, explosões de descontrole, sintomas psicossomáticos, uso excessivo de álcool ou drogas).

Autossacrifício: cumprimento voluntário das necessidades alheias à custa da própria gratificação visando poupar os outros de sofrimento, evitar culpa de se sentir egoísta, ganhar autoestima ou manter relação com quem considera carente; com frequência resulta de sensibilidade intensa ao sofrimento de terceiros. Às vezes, leva a uma sensação de que as próprias necessidades não estão sendo adequadamente satisfeitas e ao ressentimento em relação àqueles que estão sendo cuidados.

Busca de aprovação/reconhecimento: ênfase excessiva na obtenção de aprovação,
reconhecimento ou atenção dos outros ou no próprio enquadramento, comprometendo o desenvolvimento seguro e verdadeiro do próprio self ( o eu). A autoestima depende principalmente das reações alheias, em lugar das próprias inclinações naturais. Por vezes, inclui uma ênfase exagerada em status, aparência, aceitação social, dinheiro ou realizações como forma de obter aprovação, admiração ou atenção (não tanto em função de poder e controle). Com frequência, resulta em importantes decisões não autênticas nem satisfatórias, ou em hipersensibilidade à rejeição.
e) Domínio de supervigilância e inibição: supressão de sentimentos e impulsos espontâneos com esforços no cumprimento de regras rígidas internalizadas em relação ao próprio desempenho, às custas da autoexpressão, felicidade, relacionamentos íntimos e qualidade de vida. Ênfase excessiva no controle dos impulsos, diminuição da espontaneidade. Há uma preocupação de que as coisas irão desabar se houver falha na vigilância.
Características da família de origem: severa, exigente, punitiva, perfeccionista (escondendo emoções e evitando erros), propensão ao pessimismo e a preocupações de que as coisas não vão dar certo.
Negativismo/pessimismo: foco generalizado, duradouro e exagerado nos aspectos negativos da vida (sofrimento, morte, perda, decepção, culpa, ressentimentos, erros, traição, problemas) em detrimento de minimização ou negligência dos aspectos positivos ou otimistas. Costuma incluir uma expectativa exagerada – uma ampla gama de situações profissionais, financeiras, interperssoais – de que algo vai acabar dando muito errado, mesmo que todas as evidências demonstrem o contrário. Envolve um medo exagerado de cometer erros que podem levar a colapso financeiro, perda, humilhação ou a se ver preso em uma situação ruim. Como exageram os resultados negativos potenciais, essas pessoas costumam se caracterizar por preocupação, vigilância, queixas ou indecisões crônicas.

- Inibição emocional: excessiva inibição da ação, sentimentos, comunicação espontânea visando evitar desaprovação alheia, sentimentos de vergonha ou de perda do controle dos próprios impulsos.

As áreas mais comuns da inibição envolvem: inibição da raiva e da agressão; inibição de impulsos positivos (por ex. alegria, afeto, excitação sexual, brincadeira); dificuldade de manifestar vulnerabilidades ou comunicar livremente seus sentimentos e necessidades; excessiva racionalidade, ao mesmo tempo em que se desconsideram emoções.

Padrões inflexíveis/postura crítica exagerada: crença de que grande esforço deve ser empreendido na obtenção de elevados padrões internos de comportamento e desempenho para evitar críticas, o que repercute em sentimentos de pressão ou dificuldade de relaxar e em posturas críticas exageradas com relação a si e aos outros. Costuma resultar em sentimentos de pressão ou dificuldade de relaxar e em posturas criticas exageradas com relação a si mesmo e a outros. Deve envolver importante prejuízo do prazer, do relaxamento, da saúde, da autoestima, da sensação de realização ou de relacionamentos satisfatórios.

Os padrões inflexíveis geralmente se apresentam como: perfeccionismo - atenção exagerada a detalhes ou subestimação de quão bom é seu desempenho em relação à norma; regras rígidas e ideias de como as coisas “deveriam” ser em muitas áreas da vida, incluindo preceitos morais, éticos culturais e religiosos elevados, fora da realidade; preocupação com tempo e eficiência, necessidade de fazer sempre mais do que se faz.
Caráter punitivo: convicção de que os indivíduos deveriam ser severamente punidos pelos erros que cometem, implicando em tendência a estar com raiva, ser intolerante e impaciente com as pessoas e consigo próprio quando não correspondem às suas expectativas ou padrões. Via de regra, inclui dificuldades de perdoar os próprios erros, bem como os alheios.
DomíniosEsquemas iniciais desadaptativos
 Desconexão e rejeição1. Abandono/instabilidade 4. Defectividade/vergonha
2. Desconfiança/abuso 5. Isolamento social/alienação
3. Privação emocional
 Autonomia e desempenho prejudicados6. Dependência/incompetência 9. Fracasso
7. Vulnerabilidade
8. Emaranhamento/ego subdesenvolvido
 Limites prejudicados10. Merecimento/arrogo/grandiosidade
11. Autocontrole/autodisciplina insuficientes
 Orientação para o outro12. Subjugação
13. Autossacrifício
14. Busca de aprovação/reconhecimento
 Supervigilância e inibição15. Negativismo/pessimismo 18. Caráter punitivo
16. Inibição emocional
17. Padrões inflexíveis/crítica exagerada


Fonte: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/comportamentos_disfuncionais01.htm

Novas Normas Para Atendimento Psicológico On Line


O atendimento psicológico via internet, que ocorre por e-mail, MSN ou Skype, poderá ter mais sessões e ganhará maior rigor em seus mecanismos de segurança.

O CFP (Conselho Federal de Psicologia) publicou uma nova resolução para disciplinar esse atendimento à distância. Regulamentada no Brasil em 2005, a orientação psicológica na web atende problemas pontuais do paciente, como dificuldades de adaptação em uma nova cidade, problemas escolares do filho ou questões afetivas.

O atendimento via internet ainda gera críticas entre alguns profissionais. O maior temor dos críticos é quanto ao sigilo da conversa na web. Mas os últimos anos da prática, mostraram que o atendimento on-line é seguro. Existem programas extremamente seguros que impedem que a conversa "vaze" pela rede. 




A vida "perfeita" dos usuários do Facebook

Você já parou para pensar que todo mundo é feliz no facebook? Na rede social pode idealizar quem é e não se mostrar, pode criar um personagem de acordo com o que acredita que o outro espera de você, é possível esconder sentimentos e mostrar apenas o que se quer.Quando algo o desagrada, pode simplesmente sair ou parar a conversa e não precisa enfrentar situações desagradáveis ou pessoas que não deseja ter contato. É você quem controla a sua rede de amigos e o que as pessoas têm acesso, é uma falsa sensação de controle da própria vida.
O perigo é não conseguir mais se adequar a realidade e viver a virtualidade no dia a dia. “Os adolescentes fazem muito isso. Os amigos são mais virtuais. É comum na roda de amigos, cada um estar usando o seu celular, até conversam entre si e sequer se olham. Estão conectados, mas só que em si mesmos. 
Consequentemente,  pessoas perdem a capacidade de se comunicar de forma mais verdadeira, de falar e de pensar sobre o que sentem e querem, deixam de expressar seus sentimentos e de encontrar no outro alguém que está disposto a ouvir, a pensar junto sobre algo. 
Na avaliação da psicóloga os motivos mais comuns que levam as pessoas a criarem uma identidade idealizada nas redes sociais é não querer se expor, agradar ao outro e conquistar as pessoas, não em função do que se é, mas do que se acredita que o outro queira. Também existem casos que a pessoa quer se parecer com o que de fato gostaria de ser: bonito, corajoso, inteligente, comunicativo, com um senso de humor refinado, crítico e outras coisas valorizadas hoje em dia.
O conceito de felicidade não é uma tarefa simples, no entanto há perspectiva de que as pessoas podem se sentir felizes quando estão interagindo virtualmente. Neste sentindo, o sentimento de felicidade tem uma relação direta com o conceito de “liberdade” e “controle” sobre suas expressões (manifestações).
Fonte: Yahoo.com

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Depressão Pós-Parto


Esta doença pode chegar repentinamente, sem mandar aviso ou sinais e, muitas vezes, independentemente de a mulher ter tido uma gestação desejada ou não. Um estudo feito com dez mil norte-americanas mostrou que uma em cada sete mulheres é diagnosticada com esse tipo de depressão. Entre as que enfrentam tratamento, 19,5% já pensaram em se ferir. O suicídio é a segunda causa mais comum de morte da mulher no pós-parto.

Na maioria dos casos, os sintomas vão diminuindo com o passar do tempo e dificilmente extrapolam o primeiro ano após o nascimento do filho. Mas outro artigo científico, publicado este mês no jornal Harvard Review of Psichiatry, mostrou que de 30% a 50% das mulheres afetadas podem evoluir para um quadro de depressão de longo prazo. Algumas chegam a apresentar problemas até três anos depois do parto. O artigo é assinado por pesquisadores da Universidade de Leuven, na Bélgica, que fizeram uma revisão de 23 estudos sobre o problema publicados entre 1985 e 2012.
Por todos esses números consideráveis, é importante que a gestante se informe sobre a doença e esteja preparada para fazer um diagnóstico precoce, aumentando assim suas chances de recuperação. Porém, essa não é uma tarefa fácil e exige que as mulheres vençam uma série de barreiras para finalmente conseguir tratamento.
Como diagnosticar?

O primeiro obstáculo é reconhecer a doença e assumir que precisa de ajuda. Outro passo importante é saber diferenciar a depressão pós-parto de um problema mais leve e passageiro. Para 80% das novas mães, a primeira semana após o parto é marcada por instabilidade emocional, com sentimentos que variam da euforia à insegurança, o que muitas vezes se traduz em tristeza. Esse sentimento é chamado de baby blues e pode durar até 15 dias depois do parto.
Essa sensação ocorre por razões puramente biológicas. Durante a gravidez, a mulher está cheia de hormônios. Com o nascimento do bebê, há uma queda brusca dessas substâncias. Depois, quando ela vai para casa, está com um bebê novo, amamentando, com privação de sono. É normal a mulher enfrentar uma fase de adaptação. O problema é quando essa fase demora a passar.
Sintomas
Além da duração mais longa que o normal, a depressão pós-parto é caracterizada também por exacerbação de sentimentos como ansiedade, preocupação e medo, perda de interesse e prazer em fazer qualquer coisa, energia reduzida, falta de concentração, autoestima, sono e apetite. Em casos mais graves, a mulher chega a pensar em se machucar ou fazer mal ao bebê. 
Dores físicas e emocionais não são as únicas consequências da doença. A mulher com depressão pós-parto pode também demorar a construir um vínculo com seu filho. A mulher com depressão fica muito voltada para ela mesma e tem menos condições de cuidar do bebê do jeito que ele precisa. Outro extremo também acontece. Tão prejudicial para o bebê quanto a falta de cuidados é o excesso. .
Nos casos em que a doença se torna crônica, alguns estudos sugerem que ela pode ser prejudicial até para o desenvolvimento da criança, afetando negativamente as habilidades cognitivas, verbais e a aptidão para a escola.
Como tratar

É comum as mulheres só começarem a perceber os sintomas depressivos de dois a seis meses após o nascimento do bebê. Segundo Elito, isso geralmente acontece com a nova mãe, que tem dificuldade de aceitar que precisa de ajuda ou fica com medo de assumir que talvez não esteja em plenas condições de cuidar do filho. Muitas mulheres atribuem os sentimentos ao cansaço acumulado e acabam negligenciando o problema. Por isso, a família tem papel importantíssimo para ajudar no diagnóstico.
Caso seja necessário, o obstetra pode sugerir um acompanhamento com profissional específico. O uso de remédios antidepressivos não é proibido, embora ainda não se conheçam os efeitos sobre o bebê. O que os especialistas dizem é que há casos em que isso se faz necessário e que os medicamentos de última geração são mais seguros. O que deve ser sempre avaliado, entre médico e paciente, é o custo-benefício do tratamento com medicação.
Prevenir é possível
Para quem está pensando em engravidar e não quer enfrentar um problema como esse, saiba que a depressão pós-parto pode acontecer com qualquer mulher, mas existem alguns fatores de risco: histórico de depressão, prematuridade, reprodução assistida, estresse, problemas no relacionamento amoroso, frustração em relação ao parto e à chegada do bebê e a perda de um ente querido.
A própria gravidez pode favorecer o aparecimento da doença, já que é o momento de grandes mudanças na vida da mulher e do casal. A melhor prevenção é um ambiente acolhedor. Quanto mais segura, amparada e esclarecida a mulher estiver em relação a essa nova realidade, menor é a chance de ela desenvolver a doença.
Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Gravidez/Saude/noticia/2013/03/uma-em-cada-7-mulheres-tem-depressao-pos-parto-aponta-pesquisa.html







Como Identificar se o seu Filho precisa fazer Tratamento Psicológico

Diferentemente de um adulto, que é capaz de expressar frustrações, medo, insegurança e tristeza verbalmente, a criança pode demonstrar que precisa de ajuda apresentando alterações em seu comportamento e até sintomas físicos.
Abaixo seguem alguns indícios de que a criança precisa de ajuda profissional:

1) Tristeza ,muito choro ou mudança de comportamento
Crianças, geralmente, são cheias de vivacidade. Quando elas passam a chorar muito, a ficar quietas, a parecer meio tristes, é preciso conversar para saber o que não vai bem.

2)  Distúrbios físicos
Problemas na alimentação, no controle intestinal e no sono são comuns em crianças pequenas, de até cinco ou seis anos, que estão passando por problemas. Voltar a fazer xixi na cama todo dia, depois de ter aprendido a controlar há um bom tempo, também é um sinal. Em crianças mais velhas, esses distúrbios podem ocorrer e serem acompanhados de irritabilidade, agitação, ansiedade.

3) Ficar doente com muita frequência
Ficar doente frequentemente também é um sintoma corporal que precisa ser avaliado com mais cuidado pelos pais.

4) Compulsão na comida
Passar a comer compulsivamente é outro indício de que a criança pode dar de que algo não vai bem emocionalmente.

5) Dificuldade de interagir socialmente
Uma das causas mais comuns que levam os pais a recorrer a um psicólogo infantil é a falta de interação social que a criança pode apresentar. Ainda que muitas vezes em forma de timidez, o agravamento do quadro – em forma de problemas de comunicação verbal, interação social e criatividade – deve ser analisado. Além disso, outras características, como, por exemplo, a preferência por comidas pastosas e problemas com a textura e o cheiro dos alimentos, também devem ser levados em consideração e relatados ao médico.

6) Intolerância e agressividade
Crianças que tendem a fazer birra por tudo o que querem e que não lidam bem com o não, não necessariamente possuem algum distúrbio psicológico. No entanto, o psicólogo infantil pode auxiliar a detectar onde está o erro. Mas é bom se preparar: muitas vezes, a conclusão profissional é de que a falha está nos pais e na cultura de compensação. Os filhos tendem a ser reflexo de sua criação. Por isso, esteja preparado para receber orientações relacionadas ao seu comportamento que irão mudar o comportamento da criança.

7) Agitação e falta de concentração
A agitação frequente da criança deve ser investigada por um psicólogo infantil. Isso porque é frequente que muitos educadores apontem imediatamente para TDAH, sugerindo interferência medicamentosa nem sempre necessária.

8)  Dificuldade de aprendizagem 
É normal que nem todas as crianças aprendam na mesma velocidade e da mesma forma. Algumas aprendem a ler na escola, enquanto outras desenvolvem esta capacidade desde muito pequenas. Mas isto não significa que você não deva ficar atenta à aprendizagem de seu filho. Se ele tem muita dificuldade para desenvolver alguma atividade lógica ou demora muito para assimilar algum conteúdo, pode ser hora de procurar ajuda.
                                                  
Ajuda do pediatra
O pediatra que acompanha a criança pode ajudar os pais a analisarem a situação do filho com maior clareza.
O trabalho da Psicologia Infantil é baseado em atividades lúdicas, que servem para expressar as angústias, as fantasias e os sentimentos da criança. 

Fonte: Vivo Mais Saudável e Uol

domingo, 7 de julho de 2013

Terapia Focada em Esquemas: Mais uma vertente da Terapia Cognitivo-Comportamental


Jeffrey Young desenvolveu um tipo de terapia dentro do modelo cognitivo-comportamental, o qual denominou de Terapia dos Esquemas ou Terapia Focada em Esquemas. Inicialmente pensou nessa abordagem para tratar os transtornos de personalidade graves, mas atualmente é indicada para todos os desajustes psicológicos.

Essa modalidade de terapia possui algumas variações frente à Terapia Cognitivo-Comportamental  tradicional. Como as pessoas podem possuir um maior ou menor identificação com alguns dos esquemas, ela pode também ser estendida a pessoas sem transtornos de personalidade grave.

Esses esquemas, os quais são a base da terapia de Young, são formados por memórias, emoções, sensações corporais e cognições e, constituem a base para a codificação, categorização e avaliação das experiências e estímulos que as pessoas encontram e lidam no seu dia a dia. 

O esquema direciona o pensamento. Quando os pacientes têm pensamentos automáticos negativos, esses foram gerados pelo esquema. Atitudes disfuncionais também são dirigidas pelos esquemas. Young e Beck postulam que o esquema é o nível mais profundo das cognições e que todo o restante surge do esquema.

A terapia focada no esquema compartilha os elementos que caracterizam a terapia cognitiva, sendo esses: o uso de técnicas de mudança sistemáticas, ênfase nas tarefas de casa, relacionamento terapêutico colaborativo e uso de uma abordagem empírica, onde a análise das evidências tem papel importante na mudança de esquemas.

Um diferencial na condução da Terapia dos Esquemas para a TCC tradicional é que a primeira, divide-se em dois momentos igualmente importantes: o primeiro consiste na identificação e avaliação dos esquemas iniciais desadaptativos presentes e consequentemente na escolha e planejamento das técnicas e instrumentos que serão utilizados e aplicados ao longo de todo o processo terapêutico. O segundo momento é direcionado à mudança desses esquemas, permeado por intervenções cognitivas, comportamentais, experienciais e interpessoais.

A meta do tratamento é aumentar o controle consciente do paciente sobre os seus esquemas. Para isso, são trabalhados alguns pontos, os quais visam auxiliar e facilitar esse processo para o paciente, sendo o enfraquecimento das memórias, sensações corporais, cognições e comportamentos ligados ao esquema, parte desse trabalho. A consciência psicológica, ou seja, a percepção e atenção do paciente frente a seus esquemas e quando eles estão sendo ativados ou perpetuados (reforçados) é objetivo fundamental a ser perseguido. 

Para Young, nessa terapia é fundamental encontrar os motivos das dificuldades hoje sentidas pelo cliente, avaliar todos os esquemas e paradigmas criados na sua mente e analisar o que foi por ele construído, para que esses esquemas pudessem ganhar força e forma. Após esse levantamento, passa-se a intervenção mais consistentemente.

A Terapia do Esquema tem uma trajetória longa e árdua e, envolve a mudança comportamental, à medida que os pacientes aprendem a substituir estilos de enfrentamento desadaptativos por padrões comportamentais adaptativos. No entanto, os esquemas nunca desaparecem por completo, apenas ativam-se com menor frequência e o sentimento associado não é tão intenso. Os pacientes têm então uma visão mais positiva de si mesmos e respondem à ativação de seus esquemas de forma mais saudável através da consciência psicológica dos mesmos.

Fonte: YOUNG, Jeffrey (Org). Terapia do Esquema. Porto Alegre, Artmed, 2008.


sexta-feira, 10 de maio de 2013

Novo Esclarecimento do Conselho Federal de Psicologia e SOBRAPA a respeito do exercício da acupuntura realizado por psicólogos


O Conselho Federal de Psicologia (CFP) enviou um recurso especial ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a reformulação da decisão divulgada esta semana pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidindo que os profissionais da Psicologia não podem utilizar a acupuntura como método ou técnica complementar de tratamento.
Atualmente, não há Lei no Brasil regulamentando a acupuntura e, por isso, sua prática independe da autorização de qualquer conselho profissional. Portanto, a discussão da matéria continua e caberá ao STF um posicionamento final sobre o exercício da atividade entre psicólogas (os).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Psicologia e Acupuntura (Sobrapa), a estimativa é de que existam aproximadamente quatro mil psicólogas (os) praticando essa atividade no Brasil. O Ministério da Saúde reconhece a acupuntura na atenção básica exercida por profissionais da Psicologia. O órgão promoveu, inclusive, concursos para provimento de cargos nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), onde psicólogas (os) acupunturistas atuam em equipes multiprofissionais.
O STJ alegou que a acupuntura não está prevista na lei que regulamenta a profissão de psicóloga (o), a Lei 4.119/62. A ação corroborou com o acórdão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que pedia a anulação da Resolução 5/2002 do Conselho Federal de Psicologia (CFP). A norma amplia o campo de atuação dos profissionais da área, ao possibilitar a utilização da acupuntura nos tratamentos.
A turma que julgou o assunto entende que é impossível que psicólogas (os) estendam seu campo de trabalho por meio de resolução administrativa, pois suas competências estão fixadas em lei que regulamenta o exercício profissão. De acordo com o grupo, só a lei pode ampliar a competência 
profissional regulamentada. Para eles, o exercício da acupuntura depende de autorização legal expressa, por ser idêntico a procedimento médico invasivo.
Em resposta a essa acusação, o recurso elaborado pelo CFP explica que “o psicólogo, a partir das atribuições profissionais estampadas na Lei nº 4.119/62, utiliza a acupuntura como recurso complementar a sua atividade profissional. E é bem por isso que o Conselho Federal de Psicologia editou a Resolução CFP nº 005/2002, conforme competência que lhe é delegada pelo art. 1º da Lei nº 5.766/71 [criação do Sistema de Conselhos]”.
A acupuntura é um método terapêutico milenar, parte integrante da Medicina Tradicional Chinesa. Nessa perspectiva, é possível afirmar que a prática, cuja base é filosófica, não é utilizada pela (o) psicóloga (o) para tratamento médico ou clínico, como sugere a decisão do STJ, mas, sim, a partir de um diagnóstico psicológico. “Se um paciente chegar ao consultório da (o) psicóloga (o) para tratar de uma cardiopatia, o profissional não poderá se utilizar da acupuntura para tal finalidade, e encaminhará o paciente a um médico”, diz o recurso.
O recurso especial destaca, ainda, que se a procura pelo profissional de Psicologia for para tratar problemas afetivos, familiares, emocionais ou de ajustamento, a (o) psicóloga (o), utilizando-se do diagnóstico psicológico, poderá utilizar a acupuntura como recurso complementar ao atendimento antes do início da terapia.

FONTE: http://site.cfp.org.br/acupuntura/

sábado, 14 de abril de 2012

A Psicologia e o exercício da acupuntura - posicionamento do Conselho Federal de Psicologia e SOBRAPA

Pessoal

Coloquei a resposta do CFP e da SOBRAPA na íntegra para que vejam a indignação da nossa classe quanto à decisão do STF, e que vamos recorrer a isso. Para mais informações, acessem o site: www.pol.org.br

O Conselho Federal de Psicologia e a Sociedade Brasileira de Psicologia e Acupuntura (Sobrapa) vêm manifestar publicamente sua indignação e discordância  em relação à decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, sobre o exercício da acupuntura.
 
Defendemos a Acupuntura Multiprofissional, livre de reservas de mercado e a favor da saúde da população brasileira, respeitando as diretrizes da Organização Mundial da Saúde, da UNESCO (Acupuntura como Patrimônio Imaterial da Humanidade) e também em conformidade com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde.
 
A tentativa de tornar privativa dos médicos tal atividade expressa a avidez de setores da Medicina de garantir uma considerável reserva de mercado a essa categoria. Esse problema está expresso inclusive no texto do Projeto de Lei n° 268/2002 mais conhecido como Ato Médico. Hoje, milhares de brasileiros beneficiam-se com a acupuntura praticada por Psicólogos, Farmacêuticos, Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais, Enfermeiros, Médicos e outros profissionais capacitados nesta prática milenar oriunda da tradição chinesa. Caso a decisão não seja revertida, os usuários da saúde serão os maiores prejudicados.
O Sistema Único de Saúde, em vários municípios do Brasil, oferece a acupuntura como parte do cuidado em saúde realizado por profissionais concursados. Aqueles que não são médicos ficariam impedidos de trabalhar, embora autorizados para o exercício da acupuntura pelos seus Conselhos Profissionais e legalmente empossados em cargos públicos, como é caso de muitas(os) psicólogas(os).
 
Informamos às psicólogas e aos psicólogos que o Conselho Federal de Psicologia e a Sobrapa vão recorrer da decisão, tão logo o acórdão da decisão se torne público, como forma de garantir que a prática da acupuntura, enquanto prática multiprofissional, continue a ser oferecida à sociedade brasileira.
Esperamos que o Ministério da Saúde, que tem papel fundamental de promover a integração das equipes multiprofissionais como garantia da qualidade dos serviços prestados à população interfira e exerça seu papel de mediador para garantir o avanço das Práticas Integrativas e Complementares exercidas por todas as profissões da saúde reconhecidas pelo Conselho Nacional de Saúde e referendadas pelos usuários do SUS.

domingo, 30 de outubro de 2011

Dossiê Ansiedade - Tratamentos (Parte 2)

       Continuando o nosso dossiê Ansiedade, abordaremos as alternativas de tratamento existentes atualmente. Em especial, o tratamento psicológico com a abordagem Cognitivo-Comportamental, será descrito num capítulo à parte.
          As pessoas que sofrem de ansiedade persistente e de longa data, são mais difíceis de mudar. Acredita-se que no futuro, com a Engenharia Genética e modificação direta da estrutura do DNA, será possível modificar os genes causadores da ansiedade.
      No que se refere ao uso de medicamentos, acredita-se que em casos crônicos e agudos, ele é necessário. Eles devem ser indicados por um especialista, como o Psiquiatra ou Neurologista. A terapia medicamentosa pode ajudar a pessoa que sofre de Transtorno de Ansiedade grave como no caso do Pânico, Agorafobia, Transtorno Obsessivo Compulsivo, Transtorno de Estresse Pós-Traumático, entre outros. Ressalta-se que esse tipo de tratamento deve ser concomitante a outras  alternativas de tratamento como terapia psicológica, prática de exercícios físicos, hábitos alimentares saudáveis, entre outros.
         A ansiedade normalmente se manifesta com sintomas físicos. Alguns deles são: sudorese excessiva, falta de ar, tensão muscular, hiperventilação (respiração rápida e mais profunda do que o normal), palpitações, etc.
          Existem técnicas de relaxamento específicas que estão trazendo resultados excelentes. Uma delas é o Relaxamento Muscular Progressivo que será descrito passo a passo. Ele interrompe a ansiedade pelo relaxamento de grupos musculares. A técnica descrita pelo médico americano Edmund Jacobson, vem sendo usada no mundo inteiro desde 1929. Essa técnica não precisa de imaginação e se baseia na premissa de que o corpo reage com tensão muscular e pensamentos que induzem à ansiedade. A tensão muscular leva a mais ansiedade e desencadeia um ciclo vicioso. Se interrompermos a tensão muscular, interromperá o ciclo. Jacobson dizia que "não existe mente ansiosa dentro de um corpo relaxado". 
            
-    Passos do Relaxamento Muscular Progressivo 

·         De início, procure ficar o mais confortável possível. Deite-se confortavelmente, procurando livrar seu corpo de toda tensão, deixando-o mole.
·         Agora respire fundo, aspirando profundamente e retendo o ar por 5 segundos. Expire exalando o ar suavemente, apenas se concentrando em sentir o peso de seu corpo por toda a parte.
·         Estude o peso de seu próprio corpo. Isso deverá trazer uma sensação de calma e tranqüilidade por toda a parte.
·         Contraia suavemente os braços (punhos, antebraços e braços. Imagine que você está segurando algo pesado com os dois braços estendidos. Sinta a tensão em cada parte deles. Solte-os! Solte tudo em cada braço. Sinta a diferença entre o movimento anterior, quando estavam contraídos, e agora que estão soltos e relaxados. Repita isso três vezes, variando o grau de tensão cada vez. Procure localizar onde você sente tensão quando estão contraídos e solte os músculos de modo a ficarem bem soltos e relaxados nos locais em que você sente a tensão. Depois apenas os deixe soltos, procurando sentir o peso de cada braço e tentando aumentar cada vez mais a sensação de peso, que será maior quanto mais você soltar seus músculos do braço e eles ficarem moles. Repita para si mesmo 5 vezes: “Estou sentindo meus braços cada vez mais pesados, pesados; estou sentindo meus braços cada vez mais soltos, relaxados e pesados”. E vá sentindo o relaxamento deles aumentar (Não os movimente mais).
·         Faça o mesmo com as pernas. Contraia as coxas, sentindo-as ficarem bem duras na parte posterior. Contraia a panturrilha, trazendo as pontas dos pés para trás, na direção das coxas. Sinta toda a tensão de suas pernas. Localize onde sente a tensão e perceba como suas pernas ficam quando estão tensas e duras. Agora relaxe! Solte todos os músculos das pernas.  Olhe como é agradável ter as pernas soltas e relaxadas. Abra os pés o máximo possível para fora e sinta os músculos internos das coxas. Solte-os e sinta as pernas totalmente soltas, pesadas com os pés caídos para os lados. Repita as contrações e os relaxamentos com tensões variáveis até finalmente soltar tudo e deixar as pernas bem pesadas. Procure aumentar a sensação de peso, soltando cada vez mais. Repita para você mesmo 5 vezes: “Estou sentindo minhas pernas cada vez mais pesadas; estou sentindo minhas pernas cada vez mais soltas, relaxadas... pesadas... pesadas...” (Não as movimente mais)
·         Levante os ombros, como se tentasse encostá-los nas orelhas. Sinta a tensão que se produz e onde se localiza. Compare a diferença. Movimente-os para trás, abrindo o peito. Sinta a tensão e onde ela se produz. Solte a cabeça e o pescoço, deixando-a cair pesadamente sobre o travesseiro.
·         Contraia o abdome, deixando-o bem duro. Sinta como fica e solte-o. Perceba a diferença entre os dois momentos. Agora, contraia-o para fora, estufando a barriga. Sinta como ele fica e relaxe, percebendo a diferença entre os dois momentos. Encolha a barriga para o fundo, como se tentasse encostá-las nas costas. Sinta a tensão, como ela é e onde se localiza. Solte e relaxe totalmente a barriga. Deixe-a movimentar-se apenas pela respiração suave e superficial. Solte os músculos do tórax, deixando os ombros caírem pesados. Concentre-se na sua respiração e deixe-a ficar bem suave, calma e tranqüila. Repita para si mesmo por 05 vezes: “Estou sentindo minha respiração cada vez mais calma e tranqüila; estou sentindo meu corpo cada vez mais calmo e tranqüilo, pesado... pesado...”.
·         Contraia a testa como se quisesse olhar para cima da sua cabeça sem movimentá-la. Ela vai ficar toda enrugada. Perceba onde se localiza a tensão. Solte a testa e o couro cabeludo e perceba a diferença entre os dois momentos. Franza o cenho, encostando uma sobrancelha a outra. Sinta onde se localiza essa tensão. Solte e relaxe a sua testa, completamente. Deixe-a ficar solta e relaxada.
·         Feche os olhos e contraia as pálpebras com força. Sinta a tensão que se produz e onde ela se localiza. Solte. Deixe-as apenas caírem sobre os olhos. Movimente agora os seus olhos, sem abri-los, para a direita e para a esquerda, para cima e para baixo. Sinta e tensão que se produz. Agora, deixe-os soltos. Perceba a diferença entre a tensão e o relaxamento nos olhos em as pálpebras e deixe ambos ficarem bem relaxados. Deixe suas pálpebras ficarem bem pesadas, pesadas, caindo pesadamente sobre os olhos e estes soltos, bem soltos.
·         Contraia os lábios, as mandíbulas, a língua e a boca. Sinta a tensão que se produz na parte de baixo de sua face. Solte tudo. Deixe seu queixo cair, a boca ficar entreaberta. Sinta como sua face está cada vez mais relaxada; sua testa está solta, seus olhos e suas pálpebras estão pesados, seus lábios estão soltos, sua boca está entreaberta e pesada, pois o seu queixo está caído.
·         Continue a respirar suavemente. Repare como sua respiração está calma e tranqüila, sua face está solta e relaxada, seu corpo está pesado... pesado... Repita para você esmo 05 vezes: “Estou sentindo meu corpo cada vez mais relaxado, calmo e tranqüilo, pesado... pesado”.
·         Imagine uma situação muito relaxante, calma, tranqüila. Observe como seu corpo está muito pesado. Sinta a resistência da cama ou do sofá onde você está deitado. Deixe-se ficar assim por um minuto, sentindo a sensação de estar muito relaxado.
·         Quando estiver cansado de estar relaxado, comece a movimentar suavemente os dedos das mãos, dos pés, os braços e pernas, depois abra os olhos e comece a se espreguiçar bem devagar, dizendo mentalmente a fórmula: “cinco, quatro...três...dois...um. Estou me sentindo bem, calmo e tranqüilo” até finalmente se levantar.
     

           Outra alternativa pra ansiedade é a prática regular de exercícios físicos. Na ansiedade, o corpo reage e a adrenalina descarregada como resposta se torna uma ameaça. A atividade física diminui a ansiedade antecipatória e recupera o corpo.
           Alguns benefícios fisiológicos são:
  • Redução da tensão muscular;
  • Metabolização rápida do excesso de adrenalina ou tirosina na corrente sanguínea. Essas substâncias mantem a pessoa em alerta e excitadas;
  • Aumento da oxigenação de sangue no cérebro melhorando a concentração e o estado de alerta;
  • Estímulo da produção de endorfinas, substância que provoca bem-estar no organismo;
  • Aumento dos níveis cerebrais de serotonina ajudando nos humores depressivos que ocorrem na ansiedade;
  •  Redução da pressão sanguínea e colesterol, etc.
            Outra técnica importante é o treino da respiração. Uma das mais indicadas é a respiração diafragmática. O ideal é fazê-la nos momentos de crises ou seja, quando se manifestar sintomas de ansiedade. Os passos são:
  • Inspirar pelo nariz contando mentalmente até 4;
  • Segurar o ar na barriga contando mentalmente até 4;
  • Expirar pela boca contando mentalmente até 8.

            Se você conseguir seguir esses passos, juntamente com a terapia psicológica (descrita em breve), terá esses benefícios:
  • Maior sensação de bem-estar;
  • Redução da insônia;
  • Melhora na concentração e memória;
  • Redução da Depressão;
  • Maior auto-estima.
Fonte:
BOURNE, E. Acabe com a Ansiedade antes que ela Acabe com Você. 10 maneiras simples para aliviar a ansiedade, o medo e a preocupação. São Paulo: Gente, 2008
RANGÉ, B. Psicoterapias Cognitivo Comportamentais um Dialogo Com a Psiquiatria. Porto Alegre : Artmed, 2011.

           

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Dossiê Ansiedade (Parte 1)

Pessoal


Neste mês estou escrevendo sobre os Transtornos de Ansiedade, pois essas patologias tem aumentado muito na população brasileira. 

Segundo o Hospital das Clínicas de São Paulo, 25% da população brasileira sofrem de algum tipo de Transtorno de Ansiedade. Por isso, elaborei esse dossiê tão importante.

        De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM - IV), os Transtornos de Ansiedade podem ser divididos em:
  • Agorafobia
  • Ataque de Pânico
  • Transtorno de Pânico Sem Agorafobia
  • Transtorno de Pânico Com Agorafobia
  • Agorafobia Sem História de Transtorno de Pânico
  • Fobia Específica
  • Fobia Social
  • Transtorno Obsessivo-Compulsivo
  • Transtorno de Estresse Pós-Traumático
  • Transtorno de Estresse Agudo
  • Transtorno de Ansiedade Generalizada
  • Transtorno de Ansiedade Devido a uma Condição Médica Geral
  • Transtorno de Ansiedade Induzido por Substância
  • Transtorno de Ansiedade Sem Outra Especificação.


          Seguem as descrições dos Transtornos mais comuns:

  • Ataque de Pânico: Período distinto no qual há o início súbito de intensa apreensão, temor ou terror, freqüentemente associados com sentimentos de catástrofe iminente. Durante esses ataques, estão presentes sintomas tais como falta de ar, palpitações, dor ou desconforto torácico, sensação de sufocamento e medo de "ficar louco" ou de perder o controle.
  • Agorafobia: É ansiedade ou esquiva a locais abertos ou situações das quais poderia ser difícil escapar ou nas quais o auxílio poderia não estar disponível, no caso de ter um Ataque de Pânico ou sintomas tipo pânico.
  • Transtorno de Pânico Sem Agorafobia: Caracterizado por Ataques de Pânico inesperados e recorrentes acerca dos quais o indivíduo se sente persistentemente preocupado. 
  • Transtorno de Pânico Com Agorafobia: Ataques de Pânico recorrentes e inesperados com agorafobia.
  • Fobia Específica: Caracteriza-se por ansiedade clinicamente significativa provocada pela exposição a um objeto ou situação específicos e temidos, freqüentemente levando ao comportamento de esquiva. Ex: fobia de elevador, altura, locais fechados (claustrofobia), bichos, dirigir, etc.
  • Fobia Social: Caracteriza-se por ansiedade clinicamente significativa provocada pela exposição a certos tipos de situações sociais ou de desempenho, freqüentemente levando ao comportamento de esquiva.
  • Transtorno Obsessivo-Compulsivo: Caracteriza-se por obsessões (pensamentos)  e/ou compulsões (rituais que servem para neutralizar a ansiedade).
  • Transtorno de Estresse Pós-Traumático: Caracteriza-se pela revivência de um evento extremamente traumático, acompanhada por sintomas de excitação aumentada e esquiva de estímulos associados com o trauma. Ex: ocorre após um sequestro, um assalto, etc.
  • Transtorno de Estresse Agudo: Caracteriza-se por sintomas similares àqueles do Transtorno de Estresse Pós-Traumático, ocorrendo logo após um evento extremamente traumático.
  • Transtorno de Ansiedade Generalizada: Caracteriza-se por pelo menos 6 meses de ansiedade e preocupação excessivas e persistentes.
  •  Transtorno de Ansiedade Devido a Uma Condição Médica Geral: Caracteriza-se por sintomas proeminentes de ansiedade considerados como sendo a conseqüência fisiológica direta de uma condição médica geral.
  • Transtorno de Ansiedade Induzido por Substância: Caracteriza-se por sintomas proeminentes de ansiedade, considerados como sendo a conseqüência fisiológica direta de uma droga de abuso, um medicamento ou exposição a uma toxina.
  • Transtorno de Ansiedade Sem Outra Especificação: É incluído para a codificação de transtornos com ansiedade proeminente ou esquiva fóbica que não satisfazem os critérios para qualquer um dos Transtornos de Ansiedade específicos definidos nesta seção (ou sintomas de ansiedade acerca dos quais existem informações inadequadas ou contraditórias).

Acredita-se que os Transtornos de Ansiedade aumentaram nos últimos anos por três fatores:
  • Ritmo da vida moderna: As regras da vida moderna são pluralistas, o ritmo está cada vez mais rápido e essa aceleração atinge o social, tecnologia e ambiente.
  • Ausência generalizada de consenso sobre os valores e padrões que norteiam a vida
  • Nível de alienação social promovido pela sociedade pós-industrial: Na vida moderna deslocamos-nos por avenidas de alta velocidade, alimentamo-nos de comida processada, vestimos roupas fabricadas há milhares de quilômetros e passamos grande parte do tempo na frente de telas da TV e computador.
Diferença entre Ansiedade e Transtornos de Ansiedade:

  • Ansiedade: A ansiedade tem um componente positivo. Num nível gerenciável,  nos faz traçar planos para o futuro, nos protege de perigos, etc. 
  • Transtorno de Ansiedade: Representado por um excesso de energia que está sendo canalizado a alguns sintomas. Em grau alto, faz com que a pessoa entre em sofrimento antecipatório, preocupações excessivas e contribui para o aparecimento de alguma psicopatologia.
Fonte: 

BOURNE, E. J. Acabe Com a Ansiedade Antes que Ela Acabe Com Você: 10 Maneiras Simples Para Aliviar a Ansiedade, o Medo e a Preocupação. São Paulo: Gente, 2008.

DSM–IV–R. Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003.


        No decorrer do mês, serão postados mais textos sobre o Transtorno de Ansiedade, inclusive tratamentos.


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Trem da Vida

Pessoal

       Essa mensagem me marcou muito e serve de reflexão pra vocês, assim com serviu pra mim. É a mais pura verdade. A nossa vida pode ser comparada a um trem. Segue abaixo:

"Há algum tempo atrás, li um livro que comparava a vida a uma viagem de trem. Uma leitura extremamente interessante, quando bem interpretada.

Isso mesmo, a vida não passa de uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques e grandes tristezas em outros.

Quando nascemos, entramos nesse trem e nos deparamos com algumas pessoas que julgamos, estarão sempre nessa viagem conosco : nossos pais. Infelizmente, isso não é verdade; em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituível... mas isso não impede que, durante a viagem, pessoas interessantes e que virão a ser super especiais para nós, embarquem.

Chegam nossos irmãos, amigos e amores maravilhosos.

Muitas pessoas tomam esse trem apenas a passeio. Outros encontrarão nessa viagem somente tristezas. Ainda outros circularão pelo trem, prontos a ajudar a quem precisa. Muitos descem e deixam saudades eternas, outros tantos passam por ele de uma forma que, quando desocupam seu acento, ninguém nem sequer percebe.

Curioso é constatar que alguns passageiros que nos são tão caros, acomodam-se em vagões diferentes dos nossos; portanto, somos obrigados a fazer esse trajeto separados deles, o que não impede, é claro, que durante o trajeto, atravessemos com grande dificuldade nosso vagão e cheguemos até eles... só que, infelizmente, jamais poderemos sentar ao seu lado, pois já terá alguém ocupando aquele lugar.

Não importa, é assim a viagem, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas... porém, jamais, retornos. Façamos essa viagem, então, da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com todos os passageiros, procurando, em cada um deles, o que tiverem de melhor, lembrando, sempre, que, em algum momento do trajeto, eles poderão fraquejar e, provavelmente, precisaremos entender porque nós também fraquejaremos muitas vezes e, com certeza, haverá alguém que nos entenderá.

O grande mistério, afinal, é que jamais saberemos em qual parada desceremos, muito menos nossos companheiros, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado.

Eu fico pensando se quando descer desse trem sentirei saudades ... acredito que sim. Me separar de alguns amigos que fiz nele será, no mínimo dolorido. Deixar meus filhos continuarem a viagem sozinhos, com certeza será muito triste, mas me agarro na esperança que, em algum momento, estarei na estação principal e terei a grande emoção de vê-los chegar com uma bagagem que não tinham quando embarcaram... e o que vai me deixar feliz, será pensar que eu colaborei para que ela tenha crescido e se tornado valiosa.

Amigos, façamos com que a nossa estada, nesse trem, seja tranqüila, que tenha valido a pena e que, quando chegar a hora de desembarcarmos, o nosso lugar vazio traga saudades e boas recordações para aqueles que prosseguirem a viagem".Silvana Duboc



Hipnose e Terapia Cognitivo Comportamental

Há comprovação científica de que a hipnose pode potencializar a terapia cognitivo-comportamental (TCC) em psicoterapia. A TCC se concentra...