sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Setembro Amarelo: como identificar os sinais de risco de suicídio

 De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), quase 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos, e essa é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.

Os sintomas nem sempre são visíveis, muitas vezes são silenciosos, mas há alguns sinais para os quais podemos prestar atenção.
Toda ideação suicida deve ser levada a sério. Mesmo que achamos que pode ser pra chamar a atenção, um planejamento e execução bem feitos, podem gerar a morte. Segue abaixo alguns sinais que podem ser considerados fatores de risco:
  • Sinais Verbais: Quando a pessoa verbaliza que quer se matar ou morrer. Também quando diz que que acabar o sofrimento porque está cansada demais e sem forças, entre outros.
  • Sinais Comportamentais: A pessoa se isola e deixa de frequentar reuniões sociais ou atividades laborais. Mudança repentina no padrão de alimentação (deixa de comer ou come demais), Mudança dos hábitos de sono (dorme muito ou te insônia), apresenta agressividade, entre outros.
Segue alguns locais, onde se possa pedir ajuda:

Direito de imageSe

  • CAPS e Unidades Básicas de Saúde (saúde da família, postos e centros de saúde);
  • UPA 24h;
  • Samu 192;
  • Hospitais Gerais;
  • Emergências Psiquiátricas (Em Florianópolis/SC, existe a emergência 24hs do Instituto de Psiquiatria São José);
  • CVV - Centro de Valorização da Vida (apoio emocional e prevenção do suicídio);
  • Pronto-socorro Psicológico, etc.


Mudanças de vida repentinas, como a perda de um emprego ou de um ente querido, um termino de namoro ou casamento, podem ser fatores desencadeantes para o suicídio. Nesses períodos, todos devem ficar atentos, mesmo se a pessoa tem risco baixo para atentar contra a vida.
As  redes sociais são fatores de atenção. O ideal é monitorar as mudanças na forma de uso das redes. Quando a pessoa começar a usar mais as redes, ficando mais isolada,  quando começa a seguir páginas com conteúdo que tenham mais relação com depressão ou questões ligadas à morte, etc.
As redes sociais como Facebook, Youtube, Twitter e Instagram  também têm tomado medidas para monitorar seus conteúdos. Usuários que identificarem conteúdos impróprios, como vídeos ou mensagens incitando o suicídio, podem agir usando canais de denúncias dessas plataformas.


Setembro Amarelo - Prevenção Ao Suicídio

Setembro Amarelo é uma campanha de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015. É uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). O mês de setembro foi escolhido para a campanha porque, desde 2003, o dia 10 de setembro é considerado o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. 

cor da campanha foi adotada porque em 1994, um jovem americano de 17 anos, Mike Emme, tirou a vida dirigindo seu carro amarelo. Seus amigos e familiares distribuíram no funeral cartões com fitas amarelas e mensagens de apoio para pessoas que estivessem enfrentando o mesmo desespero de Mike.

Segundo o relatório Suicídio no Mundo - Estimativas Mundias de Saúde (Suicide in the world - Global Health Estimates, em inglês), o suicídio é um problema de saúde pública global. Está entre as vinte principais causas de morte em todo o mundo. Há mais mortes causadas por suicídio do que por malária, câncer de mama, guerra e homicídio. 

Os métodos mais comuns de suicídio são enforcamento, envenenamento por pesticidas e armas de fogo. Dados do Ministério da Saúde mostram que de 2007 a 2017, mais de 12 mil pessoas tentaram suicídio com agrotóxicos em todo o Brasil. Dessas tentativas, 1.582 resultaram em óbitos.

Entre os adolescentes de 15 a 19 anos, o suicídio foi a segunda principal causa de óbito entre meninas (após condições maternas) e a terceira principal causa em meninos (após lesões na estrada e violência interpessoal).
Embora os números mundiais estejam em queda, os índices ainda são alarmantes: cerca de 800 mil pessoas acabam com suas vidas todos os anos no mundo, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos.
Depressão, esquizofrenia e o uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida. Problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.
 Segundo a OMS, apenas 38 países têm programas nacionais de saúde e políticas eficientes de prevenção ao suicídio.

sábado, 8 de junho de 2019

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Quando Devo Procurar um Psicologo?


No contexto aplicado da Psicologia, uma das funções do psicólogo é auxiliar na instalação de um repertório comportamental adaptado ao paciente. 
O psicólogo é o profissional que conhece ferramentas científicas que podem auxiliar na manutenção do bem-estar e equilíbrio emocional  do paciente.
Embora, o diálogo seja o princípio do trabalho do psicólogo clínico, o profissional não é, necessariamente, alguém para quem se desabafe.
setting terapêutico é contexto para fornecimento de informação, de um lado e de outro. E para uma relação humana pautada num objetivo claro a melhora do estado do paciente.
Dessa forma, paciente informa sobre a vida dele e psicólogo informa sobre técnicas e recursos que podem ser utilizados ao longo do processo terapêutico.
O Brasil é considerado o País mais ansioso e estressado da América Latina, conforme a OMS. Transtornos de Ansiedade e de Depressão lideram essas estatísticas.Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde, 23 milhões de brasileiros apresentam sintomas de transtornos mentais. Ou seja, 12% da população do país.
No Brasil, a depressão atinge 11,5 milhões de pessoas, enquanto distúrbios relacionados à ansiedade afetam 18,6 milhões de brasileiros.
Procurar um psicólogo, é uma decisão que pode ajudá-lo, não só a lidar melhor com situações cotidianas, como também, preparar o ambiente para situações mais sérias que venham a acontecer.
Todos nós temos angústias e problemas. E, por isso, analisá-las e perceber que podem ser resolvidas de forma tranquila é um passo para o crescimento pessoal.
A intensidade da vivência das situações pode ser um bom indicativo para saber se precisamos ou não ir a um terapeuta. Duas pessoas podem passar pela mesma situação, mas não necessariamente ter a mesma resistência ou tolerância a viver esse fato, sendo já um bom critério para a busca ou não por terapia. E mais ainda: aquilo que é um sintoma emocional, se repetido e constante, pode dar a crescer um sintoma físico, que muitas vezes, só será compreendido no processo psicoterapêutico.
A terapia funciona bem quando há um bom vínculo entre psicólogo e paciente/cliente, ou seja, quando há uma fluidez nas informações, quando o cliente se sente confortável para expressar suas ideias, pode encontrar um espaço para elaborar seus pensamentos e reposicionar-se frente às suas dificuldades.

É muito válido pensarmos que os sofrimentos humanos se expressam de diferentes formas e com diferentes reações. Com isso, cada um de nós passa por eles também sua forma particular.

Terapia Cognitivo Comportamental: objetivos e algumas técnicas

A TCC é uma abordagem clínica, ou seja, é uma das teorias que podem basear o atendimento psicoterapêutico. Ela se destaca por sua base científica — os precursores da terapia cognitivo-comportamental partiram do método científico e consideraram os conhecimentos sobre comportamento e neurociência.
Foi com esse histórico que surgiu a abordagem, que busca analisar a relação entre nossos pensamentos, sentimentos e modos de agir. Ou seja, o terapeuta TCC entende que aquilo que uma pessoa faz se baseia no que ela pensa e em como ela se sente diante das situações da vida.
O foco da terapia são as dificuldades vivenciadas nessa relação entre emoção, pensamento e comportamento. Assim, são feitas intervenções diretas para a modificação de aspectos disfuncionais e a sua substituição por processos mais saudáveis.
Depois de fazer a identificação dos problemas e compreender o que está por trás deles, o terapeuta cognitivo-comportamental faz uso das técnicas de intervenção. Para isso, ele considera tanto as particularidades das demandas quanto o grau de sofrimento do paciente. Conheça a seguir algumas das técnicas mais utilizadas na TCC:
  • Psicoeducação
  • Registro de pensamentos disfuncionais 
  • Questionamento socrático
  • Técnicas de exposição
  • Dessensibilização sistemática
  • Técnicas de relaxamento
  • Técnicas de habilidades sociais
  • Enfrentamento do estresse
  • Troca de papéis
  • Parada do pensamento e treino em autoinstrução

A abordagem cognitivo-comportamental acredita que as crenças e pensamentos disfuncionais são a base das dificuldades e transtornos do paciente. Logo, as intervenções que o psicólogo utiliza permitem superar esses problemas por meio da reestruturação da cognição e do comportamento.
Ao passar por essas técnicas, o paciente compreende a relação entre o que ele acredita, sente e como se comporta. É possível identificar as crenças distorcidas que sustentam seu sofrimento e, então, questionar esses pensamentos, fazendo com que cedam espaço para cognições mais saudáveis.
Com a mudança nas representações mentais, as crenças se tornam mais flexíveis e realistas. Dessa forma, o paciente deixa de ser controlado por pensamentos irracionais e conquista mais equilíbrio emocional. Como resultado, ele integrará com mais saúde sua cognição, comportamento e emoções.
O objetivo da terapia cognitivo-comportamental não é apenas fazer com que a pessoa melhore dos sintomas que a fizeram procurar o psicólogo. Também existe o propósito de instrumentalizar o paciente com as técnicas a fim de que ele seja capaz de mediar sozinho seus processos mentais no futuro. Além disso, ele aprende a relaxar, a questionar os próprios pensamentos e a se comportar de forma mais saudável.


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terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Avaliação Neuropsicológica Infantil. Quando devemos procurar um Psicólogo?


O comportamento anormal ou patológico pode ter origem na própria criança (fator biológico) ou no ambiente (fator social), bem como da interação desses dois fatores. Para caracterizá-lo, devem ser considerados os seguintes fatores, entre outros:

·        Idade;
·        Constituição física;
·        Desenvolvimento (período em que a criança se encontra);
·        Ambiente cultural;
·        Conduta e personalidade dos pais e irmãos;
·        Tensões e traumas da vida cotidiana, aos qual a criança fica exposta;
·        Meios de adaptação a essas pressões;
·        Processos envolvidos na maturação da personalidade infantil.

Quando se detecta alguma anormalidade após a verificação de todos esses fatores, é necessário, ainda, que ele faça uma análise a respeito da permanência das características apresentadas. A criança pode estar vivendo uma fase difícil, que será provisória ou não, dependendo de suas condições em superá-la.



Quadro de comportamentos para recém-nascidos até 6 meses de vida
Atitude adequada
Problemática
Tendendo ao anormal
Ajustamento fisiológico à vida extra-uterina.
Aceitação dos mecanismos de comer, dormir, etc.
Domínio sobre os reflexos.
Relação simbiótica com a mãe.
Atividade de sucção.
Chora quando desconfortável.
Reage a estímulos: boca, pele, som e luz.
Fisiologicamente instável.
Egoísmo acentuado.
Dependência total.
Não demonstra raciocínio.
Aprende a “aguardar” as atitudes dos adultos.
Demonstra afeto pelas pessoas que “cuidam” dele.
Dificuldades na alimentação e complicação digestiva: vômitos, cólicas, disenteria etc.
Dificuldades no sono. Excesso de sucção. Excesso de atividade motora (agitação).
Choro em excesso.
Irritabilidade demasiada.
Difícil de acalmar.

Apatia e depressão. Indiferença.
Choro contínuo e monótono.
Gritos sem motivo aparente.
Não reage aos estímulos.
Não suga.
Não percorre as etapas normais de desenvolvimento.

Quadro de comportamentos para crianças de 6 meses a 18 meses
Atitude adequada
Problemática
Tendendo ao anormal
Fisiologicamente mais estável.
Maior atividade motora e exploradora do ambiente.
Maior paciência e tolerância.
Melhor controle dos instintos.
“Distingue” os estranhos.
Muito ligado ainda à mãe.
Aumento no número de palavras utilizadas.
Conduta mais sociável.
Alegre e brincalhona.
Crises de raiva e negativismo.
“Manias” pessoais.
Capacidade de memória e antecipação.
Início da imitação.
Excesso de choro, irritabilidade e raiva.
Pouca tolerância. Excesso de negativismo.
Dificuldades na alimentação e sono.
Dificuldades no controle das evacuações.
Padrões motores evidentes: chupar o dedo, balançar-se etc.
Desenvolvimento retardado em algumas etapas.

Crises temperamentais muito freqüentes.
Convulsões repetidas.
Apatia, imobilidade e isolamento.
Excesso e caráter obsessivo em padrões motores: chupar o dedo, balançar-se, mover a cabeça de lado a lado ou contra o berço etc.
Falta de interesse pelo ambiente, por objetos ou por brincar.
Falta de apetite acentuado. Falta de emotividade.
Não demonstra ligação com a mãe.
Desenvolvimento estacionário.

Quadro de comportamentos de crianças até 5 anos
Atitude adequada
Problemática
Tendendo ao anormal
Satisfação com os exercícios de habilidades neuromotoras (pular, comer, recortar etc.).
Investigação, imitação e uso da imaginação.
Atos moderados pelo raciocínio.
Boa memória.
Autonomia nas funções corporais (comer, controle dos esfíncteres).
Dependência materna e medo de separação.
Identificação no comportamento com os pais, irmãos e amigos.
Aprende a falar para se comunicar.
Sentimentos intensos emocionais (vergonha, culpa, alegria, amor e desejo de agradar).
Padrões interiorizados do bom e mau.
Começa a testar a realidade.
Perguntas sobre o nascimento e morte.
Má coordenação motora.
Dificuldades persistentes na fala (gagueira, perda de palavras).
Timidez com pessoas e experiências.
Medos e terror noturno.
Dificuldades no comer, dormir, eliminação, higiene corporal, desmame etc.
Irritabilidade, choro e crises temperamentais.
Infantilização.
Impossibilidade de deixar a mãe sem sentir pânico.
Medo de estranhos.
Crises de perda de fôlego.
Falta de interesse na companhia de outras crianças.

Extrema agitação ou, então, passividade.
Letargia (torpor ou sonolência).
Fala pouco ou nada; não é comunicativa.
Não reage às pessoas, não se relaciona com elas.
Doenças somáticas: vômitos, diarréias, prisão de ventre, erupções, tiques.
Introversão profunda.
Enurese excessiva.
Não controla as fezes.
Medo excessivo de tudo.
Infantilidade grave.
Ausência ou excesso de atividade auto-erótica (masturbação).
Comportamentos obsessivo-compulsivos como rituais.
Comportamentos destrutivo-compulsivo como queimar, rasgar e destruir.




Quadro de comportamentos de crianças de 5 a 12 anos
Atitude adequada
Problemática
Tendendo a anormal
Saúde física boa, aguda percepção sensorial.
Orgulho e confiança em si mesma; menor dependência dos pais.
Melhor controle dos impulsos.
Ambivalência em relação à dependência, separação e novas experiências.
Aceita a função do próprio sexo.
Tem consciência do mundo natural como vida, morte, nascimento.
Aprecia a interação com colegas.
Respeita as leis sociais.
Pensamento operacional concreto.
Responde ao aprendizado.
Fala como instrumento de raciocínio e expressão.
Pensamentos ainda egocêntricos.
Ansiedade.
Falta de concentração, dificuldade no aprendizado, falta de motivação no estudo.
Delinqüência, ostentação, mentira, furto, explosões temperamentais, conduta anti-social.
Comportamento regressivo, enurese, evacuações, choros, medos.
Aparecimentos de rituais e tiques.
Dificuldades na alimentação, sono, dores, erupções, mal-estar indefinido.
Retraimento excessivo; apatia, depressão, tristeza, tendências à auto-eliminação.
Incapacidade completa no aprendizado.
Dificuldade na fala, gagueira.
Conduta anti-social excessiva (agressividade, mentira, destruição, roubo, crueldade com animais).
Comportamentos obsessivo-compulsivos como rituais, fobias, fantasias.
Incapacidade de distinguir a realidade da fantasia.
Exibicionismo sexual excessivo.
Incapacidade de desenvolvimento, falta de apetite, obesidade, hipocondria.
Completa ausência de relacionamento interpessoal.
MARCELLI, D. Manual de Psicopatologia da Infância de Ajuriaguerra. Porto Alegre: Artmed, 1998.

sábado, 16 de julho de 2016

Como a nossa alimentação pode desencadear /agravar as doenças de natureza emocionais





O estresse da vida moderna nem sempre é o grande vilão. O que acontece é que a depressão é causada, basicamente por problemas com algumas substâncias químicas cerebrais conhecidas como neurotransmissores. Estes neurotransmissores são formados a partir do que recebemos do ambiente, por exemplo,  alimentação, influências físicas, etc.

Hoje em dia, consumimos coisas que há 100 ou 500 anos atrás, nunca consumíamos, e, pelo contrário, não consumimos coisas que há pouco tempo consumíamos. Tudo isto leva à enormes distorções em nossa neuroquímica cerebral, como se segue:

1 Consumimos muito pouco ácido fólico (frutas, verduras), que é uma substância essencial para os neurotransmissores.

2 Consumimos muitas substâncias que prejudicam o funcionamento dos neurotransmissores, por exemplo :

2.a. Todo tipo de óleo. O homem antigo não consumia óleos armazenados (p.ex., litros e mais litros de óleos de soja), óleos animais conservados (p.ex., manteiga de leite, creme de leite, leite gordo), óleos saturados, hidrogenados, gordura trans, frituras, etc. O óleo de nossa alimentação, enquanto “homem antigo”, “homem natural”,  só vinha das próprias plantas (o próprio feijão em o seu óleo, o próprio arroz tem o seu óleo), ou, sobretudo, dos animais (as próprias carnes têm os seus óleos). Hoje já  estamos consumindo  um excesso, e todo tipo de gordura “não-natural”, gorduras que o homem antigo não consumia, e tudo isto prejudica enormemente o funcionamento dos neurotransmissores. Em alguns casos, estes neurotransmissores são aumentados abruptamente, causando até certo “bem-estar”, mas, quando caem, também abruptamente, depletam os estoques de neurotransmissores, gerando ou piorando estados de angústia, ansiedade, depressão.

3 Há várias substâncias químicas que ingerimos no dia a dia, sem o saber, e que são psicoativas, ou seja, agem no cérebro, para o lado ruim. Por exemplo: ciclamato, sacarina, sorbitol, acessulfame, aspartame, etc. Todas estas substâncias têm efeito cerebral, psiquiátrico,  geralmente deletério. Igualmente, muitos condimentos, que contem a capsaicína, encontrada nas pimentas. A tiramina, também encontrada em conservas,  enlatados, vinhos, queijos, frutas cristalizadas, frutas muito amadurecidas, também pode ter efeito deletério sobre a ansiedade e depressão, nestes casos podendo  também produzir enxaqueca em pessoas que tem predisposição.

Substâncias  excitantes são igualmente deletérias. Por exemplo, o efeito excitante do álcool, café, guaraná, chocolate, chá preto,  coca-cola, energéticos, etc. E muitos caem no engodo, pois a curto prazo, a pessoa sente mais energia, força, prazer, humor. Isto sem falar na nicotina, cujos prejuízos não é preciso nem ressaltar.

4 Por outro lado, deixamos também de ingerir substâncias muito necessárias para a formação dos tais neurotransmissores, como por exemplo, o triptofano (pode ser consumido como leite desnatado),  o magnésio (pode ser consumido como ervilha), vitaminas do Complexo B (sobretudo frutas e verduras). Deixamos também de consumir os “bons carboidratos”, que são os das frutas, verduras, mel - frutose, etc, e passamos a consumir só os carboidratos mais artificiais, ou seja, massas, trigo, arroz, açúcar- sacarose, etc.

5 Sobretudo no interior do país, foi-se deixando de consumir um produto essencial para gerar “bons ácidos graxos”, os peixes. A gordura destes , p.ex., ômega 3,  é muito salutar e importante também para a formação dos neurotransmissores e funcionamento cerebral.

6 Outros elementos fundamentais para a formação de neurotransmissores são o exercicios físicos e a luz solar, hábitos também muito deixados de lado. Obesidade e a consequente apneia de sono são elementos que pioram ou cronificam a depressão.

7 Monóxido de carbono, chumbo, mercúrio, substâncias emitidas por poluição, escapamento de carros,  sobretudo o primeiro, estão, também entre as mais deletérias, podendo levar, em alguns casos, da depressão até a demência. E hoje, com o aumento enorme do uso de carros, vivemos cada vez mais expostos a estas substâncias.



Fonte: dm.com.br

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

DEPRESSÃO É DOENÇA, NÃO FALTA DE CARÁTER. AJUDE QUEM TEM

A prevalência na população é de 15% e em mulheres.

A depressão é um transtorno de humor em que os pacientes são afligidos apenas por episódios depressivos. A prevalência na população é de 15% e em mulheres pode chegar até 25% por várias razões: os fatores comuns a população acrescentado a variados estresses, alterações hormonais em épocas marcantes da vida como gravidez, pós-parto e menopausa.

 

Os fatores desencadeantes da depressão podem ser biológicos, genéticos e/ou psicossociais. A interação entre os três fatores dificulta a determinação de uma causa específica da depressão, pois uma ocorrência numa área pode afetar as demais. É uma doença muito complexa e difícil de ser diagnosticada, pois seus principais sintomas podem ser confundidos com tristeza, apatia, preguiça, irresponsabilidade e em casos crônicos como fraqueza ou falha de caráter.

 

A causa mais provável da depressão é o desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor. Os eventos estressantes podem desencadear a depressão nas pessoas predispostas e entre eles destacam-se: perda de pessoa querida, de emprego, mudança de habitação contra vontade, doença grave, separação conjugal, perda de status financeiro, de papéis sociais, aposentadoria entre outros.

 

Para que o diagnóstico seja preciso é necessária a presença de um grupo de sintomas por um determinado tempo. Os sintomas da depressão são muito variados, indo desde a sensação de tristeza, pensamentos negativos até sensações corporais. Os sintomas corporais mais comuns são: batimentos cardíacos acelerados, constipação intestinal, dores de cabeça, dificuldades digestivas, boca ressecada, alterações do apetite e do sono, lentificação das atividades físicas e mentais.

 

Os sintomas emocionais mais comuns são: pessimismo, dificuldade de tomar decisões, dificuldade para começar e terminar tarefas, irritabilidade, impaciência ou inquietação, achar que não vale a pena viver ou desejo de morrer, chorar à-toa ou dificuldade para chorar, sensação de que nunca vai melhorar, sentimento de pena de si mesmo, de culpa injustificável, perda do desejo sexual, de energia ou interesse, humor deprimido, dificuldade de concentração, sentimento de pesar ou fracasso.

 

Ressalta-se nesse contexto a prevenção e o diagnóstico precoce da depressão como fatores importantes para evitar os danos dela decorrentes, principalmente, o suicídio. O preconceito em relação aos transtornos mentais é uma realidade na nossa sociedade, o individualismo e a falta de comunicação dentro da própria família também dificultam a percepção do problema, levando a pessoa que sofre de depressão ao isolamento e a solidão criando as condições que culminam para a consumação do ato suicida.

 

O tratamento depende de vários fatores: em que grau se encontra a doença, se o cliente é cooperativo, que alternativas paralelas podem ser agregadas para acelerar o processo de cura. O tratamento inclui consulta a um psiquiatra que faz a avaliação da necessidade do uso de remédios antidepressivos, que regulam a química cerebral.

 

A psicoterapia é importante porque dará a pessoa um tempo e um espaço para falar de suas angústias, de seus medos e com o apoio do psicólogo, olhar para suas dificuldades por um novo ângulo. A força de vontade, o desejo de alcançar objetivos, o auxílio da família e dos amigos é imprescindível para recuperação do equilíbrio e do bom humor. Quanto mais amparada a pessoa estiver, mais rápido ficará bem.

 

A prática de atividades físicas traz inúmeros benefícios e funciona como auxiliar no tratamento, bem como fator preventivo, pois reduz a ansiedade, o estresse, aumenta a auto-estima e melhora o sono. Qualquer que seja o tipo de atividade física escolhida, é válida para melhorar o quadro depressivo, desde que não existam outros comprometimentos que impeçam a prática decorrente de condições de saúde limitantes.

www.cuidarte.com.br

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Lista de Verificação das Distorções Cognitivas

Distorções cognitivas ão formas de pensar distorcidas da realidade, padronizadas pelos eventos da vida e que geram grande sofrimento para si próprio ou para os outros com quem convive.
São expressas em pensamentos automáticos disfuncionais, sendo um processamento de informações emocionais equivocado onde, nossos esquemas mal adaptativos distorcem a realidade para que esta se torne condizente com nossas crenças centrais de desamparo, desamor e desvalorização.
Uma psicoterapia bem conduzida, vai orientar o paciente a identificar as suas crenças centrais irracionais e, consequentemente suas distorções cognitivas. O próximo processo, é a reestruturação cognitiva, para gerar respostas mais adaptativas. 

ERROS  DE  PENSAMENTOS  MAIS  COMUNS/ ARMADILHAS COGNITIVAS DESENCADEADAS POR ERROS DE PENSAMENTO:
1-      Leitura mental: Você imagina que sabe o que as pessoas pensam sem ter evidências suficientes. A pessoa acha que sabe o que os outros estão pensando e não considera outras possibilidades mais prováveis. Por exemplo: “Ele acha que sou um fracasso”. “Ele está pensando que eu não sei nada sobre esse projeto.”  “Ele pensa que sou uma idiota.”  É possível perceber essa distorção cognitiva quando apresenta-se um trabalho acadêmico em público, pois normalmente a pessoa estará fazendo a seguinte leitura mental: “Ele está me olhando assim pois deve estar pensando que estou falando abobrinhas.”
2-      Adivinhação do futuro: Você prevê o futuro – que as coisas vão piorar ou que há perigos pela frente. Você acredita que o que aconteceu ou vai acontecer é tão terrível e insustentável que não será capaz de suportar. A pessoa prevê o futuro negativamente sem considerar outros resultados mais prováveis .Por exemplo: “Seria horrível se eu fracassasse” , “Vou ser reprovado no exame” ou “Não conseguirei o emprego”
3-      Catastrofização: É quando nós aumentamos a gravidade das coisas, transformando uma dificuldade em uma impossibilidade, e uma situação difícil em uma catástrofe. Meu filho ainda não chegou, deve ter acontecido algo ruim.  Esperarei mais um pouco, pois não conseguirei dormir mesmo”, ou “Meu namorado não atende o celular, deve estar com outra. Tudo está bem entre nós, mas sei que logo começará a  me desapontar, pois  não chegou ainda”.
4-       Rotulação : Você atribui traços negativos a si mesmo e aos outros. Quando a pessoa habitua-se a colocar um rótulo global e fixo sobre si mesmo ou sobre os outros sem considerar as ocorrências. Por exemplo: “Sou indesejável” ou “Ele é uma pessoa imprestável” ou “Eu sou idiota mesmo!” ou  “Quão burra eu sou! ou” “Ele é um simplório!” ou “Os homens são todos iguais!”  Esses rótulos são simplesmente abstrações que levam à raiva, ansiedade, frustração e baixo amor próprio.
5-      Desqualificação dos aspectos positivos: Você afirma que as realizações positivas, suas ou alheias, são triviais.”.  A pessoa diz para si mesmo que experiências, atos ou qualidades positivos não contam.       Por exemplo: “É isso que se espera das esposas – de modo que não conta quando ela é legal comigo” ou “ Esses sucessos são fáceis, de modo que não importam” “Eu fiz bem aquele projeto, mas isso não significa que eu seja competente; eu apenas tive sorte.” A pessoa rejeita experiências positivas insistindo que elas não contam.  Desqualificar o positivo tira a alegria da vida e faz a pessoa se sentir inadequada e não recompensada. Este é o preço que a pessoa paga  por não qualificar as coisas que acontecem em seu cotidiano.
6-       Filtro negativo : Você foca quase exclusivamente os aspectos negativos e raramente nota os positivos. Por exemplo: “Veja todas as pessoas que não gostam de mim”.
7-      Supergeneralização: Você percebe um padrão global de aspectos negativos com base em um único incidente. A pessoa tira uma conclusão negativa radical que vai muito além da situação atual. Exemplo: “Nessa escola não tenho amigos, assim como era no colégio anterior.” A pessoa vê um episódio negativo como uma rejeição amorosa e estabelece um padrão de pensamento para situações similares. Outros exemplos comuns: “Todos os meus namorados irão me trair.”, “Isso geralmente me acontece. Parece que eu fracasso em muitas coisas”.
8-      Pensamento dicotômico: Pensamento preto-e-branco, polarizado e tudo ou nada, é 8 ou 80: A pessoa vê uma situação em apenas duas categorias em vez de em várias alternativas. Exemplo: “Se eu não for um sucesso total, eu serei um fracasso.” A pessoa perfeccionista normalmente faz uso constante desse erro de pensamento e isso faz com que se sinta inadequado e desvalorizado quando o sucesso esperado não vem. Pensamentos dicotômicos tendem a contribuir para episódios depressivos e separações conjugaisPor exemplo: “Sou rejeitado por todos” ou “Tudo isso foi perda de tempo”.
9-      Afirmações do tipo “deveria”: Você interpreta os eventos em termos de como as coisas devem ser, em vez de simplesmente concentrar-se no que elas são. Ditadura dos deverias: É muito comum em personalidades do tipo Obsessivo-Compulsiva, pois emprega constantemente os termos: “eu deveria”, “eu tenho que”. Pessoas com características perfeccionistas utilizam esse erro de pensamento diariamente gerando ansiedade constante. A pessoa também cria expectativas exageradas em relação ao comportamento dos outros, gerando afetos negativos quando estas não são preenchidas, bem como, adoecimento psicológico do tipo: estresse, ansiedade generalizada, depressão. E, também, acontecimentos indesejáveis como separação conjugal são pertinentes a esse tipo de distorção cognitiva. Bem como, conflitos entre pais e filhos, educadores e educandos, gerências e subordinados, entre outras relações interpessoais. Por exemplo: “Eu deveria me sair bem. Caso contrário, serei um fracasso”.
10-  Personalização: Você atribui a si mesmo culpa desproporcional por eventos negativos e não consegue ver que certos eventos também são provocados pelos outros, quando a pessoa guarda para si mesmo a inteira responsabilidade sobre um evento que não está sob seu controle. Por exemplo: “Eu não cuidei bem do meu filho, por isso ele está internado no hospital”. “Meu namorado me traiu porque eu estava estressada.” “Meu casamento terminou porque falhei”.
11-  Atribuição de culpa: Você se concentra na outra pessoa como fonte de sentimentos negativos e se recusa a assumir a responsabilidade da mudança. Por exemplo: “Estou me sentindo assim agora por culpa dela” ou “Meus pais são a causa de todos os meus problemas”.
12-  Comparações injustas: Você interpreta os eventos em termos de padrões irrealistas, comparando-se com pessoas que se saem melhor do que você e concluindo, então, que é inferior a elas. Por exemplo: “Ela é mais bem-sucedida do que eu” ou “Os outros se saíram melhor do que eu no teste”.
13-  Orientação para o remorso: Você fica preso à ideia de que poderia ter se saído melhor no passado, em vez de pensar no que pode fazer melhor agora. Por exemplo: “Eu poderia ter conseguido um emprego melhor  se tivesse tentado” ou “Eu não deveria ter dito isso”.
14-  E se…? Você faz uma série de perguntas do tipo “e se…” alguma coisa acontecer, e nunca fica satisfeito com as respostas. Por exemplo: “Sim, mas e  se eu não conseguir respirar? “E se eu perder o emprego”?. Essa distorção gera muita ansiedade.
15-  Raciocínio emocional: Você deixa os sentimentos guiarem sua interpretação da realidade. : A pessoa  pensa que algo deve ser verdade porque  “sente” (em realidade, acredita) isso da maneira tão convincente que acaba por ignorar ou desconsiderar fatos e evidências. Exemplo: “ Eu sei que eu faço muitas coisas certas no trabalho, mas eu ainda me sinto como se eu fosse um fracasso.”
Por exemplo: “Sinto-me deprimida; consequentemente, meu casamento não está dando certo”.

16-  Incapacidade refutar: Você rejeita qualquer evidência ou argumento que possa contradizer os pensamentos negativos. Por exemplo, quando você pensa “Não sou digna de amor”, rejeita como irrelevante qualquer evidência de que as pessoas gostem de você. Consequentemente, o pensamento não é refutado. Outro exemplo: “Esse não é o problema real. Há problemas mais profundos, Existem outros fatores.
19-  Foco no julgamento: Você avalia a si próprio, os outros e os eventos em termos de preto-e-branco (bom-mau ou superior-inferior), em vez de simplesmente descrever, aceitar ou compreender. Está continuamente se avaliando e avaliando os outros segundo padrões arbitrários e concluindo que você e os outros deixam a desejar. Você se concentra nos julgamentos dos outros e de si mesmo. Por exemplo: “Não tive um bom desempenho na faculdade” ou “Se eu for aprender tênis, vou me sair mal” ou “Veja como ela faz sucesso. Eu não consigo.”
Fonte: LEAHY, R. L. Técnicas de terapia cognitiva: manual do terapeuta Porto Alegre: Artmed, 2006. 336p.





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